Você já viu uma lhama? Elas são uma das espécies da família dos camelídeos, provavelmente, a mais adaptável ao contato com humanos. E nesse post vamos explicar algumas características fundamentais desses animais e a sua história.
As lhamas, ou Lama glama, são naturais da região dos Andes, mais frequentemente encontradas no Peru e na Bolivia. Nos últimos 5 séculos elas começaram a ser domesticadas pelos humanos, que as levaram para América do Norte, Europa e Oceania.
Classificação cientifica das Lhamas:
Nome comum: Lhama
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Artiodactyla Subordem: Tylopoda
Família: Camelidae
Gênero: Lama
Espécie: Lama glama
Aqui em casa eles são carinhosamente chamados de bitos!
Mas afinal, qual é a história das lhamas?
No mapa abaixo é possível observar o seu mais antigo ancestral, o Poebrotherium, que viveu na terra entre 40-32 milhões de anos atrás. Ao longo das eras, esse animal foi migrando, se redistribuindo e se adaptando, até se tornar os animais que conhecemos hoje em dia.
A família dos camelídeos é composta por 7 espécies:
Alpaca
Camelo
Camelo Selvagem
Dromedário
Guanaco
Lhama
Vicunha
Lhamas e alpacas não existem mais em sua forma selvagem, são espécies 100% domesticadas. Enquanto os outros membros da família dos camelídeos podem ser encontrados livres na natureza.
De que cor uma lhama pode ser?
A Llama Association of Australasia padronizou os tipos de pelagem encontrados nas lhamas para facilitar o registro de animais. Eles categorizaram:
12 padrões de cor
8 padrões de pelagem
6 padrões de lã
Cada animal pode ser registrado com até 3 cores, sendo uma delas a predominante e as outras duas cores secundarias.
A cor da pelagem depende da proporção de dois pigmentos: eumelanina (pigmento preto ou castanho escuro) e feomelanina (pigmento vermelho-amarelado)
Além das cores, existem os padrōes de pelagem. As lhamas podem ter uma cor solida, manchada, marcada ou a combinação dessas três características, como mostra o "Guia de Registro de Lhamas" da Llama Association of Australasia:
Padrão solid: apenas uma cor.
Padrão tuxedo ou smoking: corpo de cor sólida com marcas brancas no rosto, pescoço, peitoral e extremidade das patas.
Padrão pintado: manchas coloridas em uma pelagem de fundo branco.
Padrão pontos escuros: corpo de cor sólida com cabeça, pernas e rabo escuros.
Padrão natural: corpo na cor fulva ou castanha, com a base mais clara e marcas acinzentadas na cabeça e extremidade das patas.
Padrão appaloosa: pontos escuros em um fundo predominantemente claro.
Padrão appaloosa reverso: pontos claros em um fundo predominantemente escuro.
Padrão calico: tricolor, tradicionalmente preto, castanho e fulvo.
E, por fim, o padrão da lã:
Os tipos de pelo se dividem basicamente entre curto, médio, longo e suri - um tipo mais raro que lembra a aparência de dreadlocks.
E, afinal, do que se alimenta uma lhama?
Lhamas são herbívoros, ruminantes e se alimentam basicamente de pastagem. Em temporadas de chuva elas irão consumir pastagens mais altas e na seca pastagem mais baixas. Além de pasto e gramíneas, as lhamas podem consumir legumes e frutas, os mais comuns são cenouras e bananas, oferecidos por criadores em fazendas e tratadores em zoológicos.
Cenouras também são usadas em treinos de adestramento como um estímulo positivo. O adestramento de lhamas tem como função principal facilitar o manejo dos animais em situaçōes rotineiras e consultas veterinários.
Por fim, criadores de lhamas geralmente mantém uma rotina de suplementos (raçōes) para garantir o bem-estar dos animais em todas as épocas do ano. Quantidades e caracteristicas das raçōes podem variar de acordo com a época do ano, clima do local onde os animais vivem e condição física de cada animal.
Aqui na dreamland cada Lhama recebe em média 200g de ração duas vezes ao dia, em uma rotina com acesso livre ao pasto. Lhamas podem consumir a mesma ração consumida por cavalos com algumas ressalvas:
nunca misturar aveia na ração das lhamas - os camelídeos engasgam facilmente, por isso não podem consumir pequenos grãos em formato oval ou redondo.
garantir que a ração seja de baixa proteína - índices ideais de proteína devem estar abaixo de 8%, do contrário elas podem se tornar animais obesos.
sempre comprar ração peletizada - elas são o formato ideal para o sistema digestivo do animal (imagem abaixo).
Se você chegou até aqui parabéns! O seu conhecimento sobre Lhamas já é maior que a maioria das pessoas a sua volta. E, se você ama Lhamas e quer saber mais sobre esses animais, deixa uma sugestão de conteúdo nos comentários.
Referências bibliográficas
Cowie, H. Llama. Reaktion Books, 2017.
P. A. Burger, E. Ciani and B. Faye, Old World camels in a modern world – a balancing act between conservation and genetic improvement. Animal Genetics published by John Wiley & Sons Ltd on behalf of Stichting International Foundation for Animal Genetics, 2019.
M.S. Daverio, V. Alcoela-Ersinger, M. Anello, L. Vidal-Rioja and F. Di Rocco. Method for Testing ASIP EXON 4 Mutations in Llamas. Laboratorio de Genética Molecular, Instituto Multidisciplinario de Biología Celular (IMBICE), CCT-CONICET-La Plata, CICPBA-UNLP, La Plata 1900, Buenos Aires, Argentina.
Frank, E. N., et al. "Phenotypic and genetic description of fiber traits in South American domestic camelids (llamas and alpacas)." Small Ruminant Research 61.2-3 (2006): 113-129.
Llama Association of Australasia Inc Classification Guide for Lama Registration
Llama and alpaca care: medicine, surgery, reproduction, nutrition and herd health, edtion 1